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4/10/2008

Nada de Vôo de Galinha - InBrands @ Fashion Marketing


A onda de conglomerados, fusões e grupos de moda que começam a surgir no Brasil não fica de fora da terceira edição do Fashion Marketing, organizado por Gloria Kalil, nesta terça (08.04) e quarta (09.04) em SP. Nem poderia. O assunto é um dos mais polêmicos do momento (muito por conta das últimas notícias referentes ao grupo I'M) e ganhou dois debates.

O primeiro deles, na manhã desta terça (08.04), trouxe ao evento Nelson Alvarenga, Alessandro Horta e Gabriel Felzenszawalb, representantes do grupo InBrands, que conta com Ellus, 2nd Floor e Isabela Capeto.

"A idéia da InBrands é buscar grandes empreendedores, pessoas que têm vontade de construir negócios para que possamos gerar eficiência, buscar resultados, escala e negociar em bloco", declarou Gabriel, no início da apresentação.

"A globalização não tem mais volta. Você só vai sobreviver se for competitivo e competente", completou Nelson Alvarenga. "Por que existem essas fusões? Para otimizar operações. Nestes grupos você não precisa de um RH pra cada um, de financeiros diferentes, você divide fornecedores, ganha poder de barganha."

"Não vamos fazer vôo de galinha", avisou Nelson Alvarenga. "Nosso negócio é de médio e longo prazo. É visão de construção, não de especulação."

O empresário e fundador da Ellus revelou no Fashion Marketing que as conversas entre ele e os investidores do banco Pactual sobre a InBrands começaram há mais de um ano, em março de 2007, culminando com a assinatura do contrato apenas em junho e a comunicação pública da parceria só na temporada de moda.

"Não quisemos fazer estardalhaço. Não tem negócio de IPO, de trabalhar o nome do grupo pra passar logo para frente. Não é o [CEO da LVMH] Bernard Arnault que tem que tirar foto e fazer pose", afirmou Nelson. "Nosso produto não é consumo. A InBrands é backstage", adicionou Gabriel, deixando claro que o foco neste momento é fortalecer suas grifes e não o nome do grupo.

Sobre internacionalização das marcas, Alessandro Horta ponderou: "Depende. Não são todas elas que têm apelo internacional, um lifestyle que remeta ao Brasil". "No caso de Isabela Capeto pode ter a ver", completou Gabriel. O mediador do debate e analista de tendências da Box 1824, Jackson Araujo, levantou a possibilidade da expansão na América Latina.

Uma pergunta da platéia para Alessandro Horta pedia um panorama do mercado de moda em dez anos no Brasil. Em linhas gerais ele enxerga "um setor mais formal; o surgimento de vários outros grupos, inclusive internacionais, cada qual com suas características; e a expansão de pontos de venda aumentando a necessidade de prover o consumidor A/B com aquilo que ele deseja."

Outra revelação da manhã foi a de que a InBrands está conversando com uma série de outros estilistas e marcas e que inclusive já fechou contrato com uma delas, mas sem dizer qual.

"E a marca de Alexandre Herchcovitch, a InBrands teria interesse?". "A gente acha ele um dos maiores talentos brasileiros. As pessoas não fazem sucesso à toa. E ninguém engana todo mundo o tempo todo", disse Alessandro.

Entre as afirmações que entraram no meio da conversa estão ainda as de que a InBrands pretende anexar outras "quatro ou cinco marcas tipo Isabela" e a Ellus quer se expandir no mercado de acessórios.

Outra pergunta do mediador, "o que é um bom sócio para a InBrands?", recebeu a seguinte resposta: "Tem que ter ambição e paixão pela sua marca, estar alinhado nos objetivos de ganhar dinheiro e construir um legado. É um casamento." 08.04.2008

NA FOTO, EM SENTIDO HORÁRIO, GABRIEL FELZENSZWALB, NELSON ALVARENGA E ALESSANDRO HORTA, DA INBRANDS

Fonte: MktMix press day®

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